O seu jornal virtual de cultura

Um jornal virtual dedicado aos jovens. Falarei sobre cinema, meu foco principal, e sobre assuntos culturais que agradem aos interessados. Criamos esse blog para escrever e aperfeiçoar minha futura profissão, e, principalmente, para interagir com as pessoas do meio jornalístico e todos que tenham gosto por cultura e cinema. Deixem seus comentários, críticas, depoimentos e participem com dicas e dúvidas. Espero que gostem do meu trabalho. Wânyffer Monteiro

domingo, janeiro 21, 2007

Memórias de uma Geisha

Título Original: Memoirs of a Geisha



Gênero: Drama



Tempo de Duração: 145 minutos
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Ano de Lançamento (EUA): 2005
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Direção: Rob Marshall
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Roteiro: Robin Swincord, baseado em livro de Arthur Golden




Cine-repórter: Wânyffer Monteiro




Segunda Guerra Mundial. Um país no oriente divide-se entre a guerra e as suas tradições. Uma menina à parte dos acontecimentos deseja arduamente virar uma gueixa após anos de sofrimento no lugar onde cresceu e a busca do seu amor há muito perdido. O que há de interessante em uma história que tinha de tudo para tornar-se enfadonha e repetitiva? O incrível contexto dado a esse mundo exótico de magia e fascínio. Memórias de uma Gueixa conta a história de uma pequena aprendiz de gueixa que se torna a maior de todas elas, tendo seu conto de fadas destruído pela Segunda Guerra Mundial. A trajetória dessa menina é um misto de sofrimento e fascinação que nos envolve copiosamente. Impossível não se sentir dentro do filme levado pela fantástica fotografia e cenários apresentados que adornam um ótimo roteiro. O filme retrata bem o poder exercido pelas mulheres sobre os homens através do sexo, embora elas não deixem de ser tratadas como meros objetos de entretenimento masculino. As gueixas dedicam a vida à beleza e à perfeição nos atos. Contexto que desagradaria qualquer feminista e nos deixa curiosos a saber o porquê da exacerbada preocupação com os singelos gestos e a exaltação à beleza como detenção de poder. Todos seus interesses e ações são voltados para que sejam “mulheres perfeitas” em uma sociedade conflituosa, como se não fizessem parte do contexto vivido. Enquanto o ponto alto da trama encontra-se no seu contexto histórico e na magia dos rituais orientais, o romance vivido entre Sayuri e o presidente torna-se cafona e artificial, cheio de clichês tediosos. Uma história de amor insossa e sem sentido na contextualização do filme. Como se não bastasse a falta de criatividade nesse ponto, ao se livrar de um lenço que pertencera ao seu amado, em vez de atirá-lo ao fogo ou rasga-lo, Sayuri aparece no topo de uma montanha, no meio do nada, deixando o espectador se perguntando quanto tempo ela passou para chegar até ali apenas para jogar um retalho de pano. Isso somado aos diálogos melodramáticos e sem sentido apresentados pelo casal. Essa tentativa frustrada de inserir um romance no filme pode render belos minutos de sono ao público. Em contraponto, o restante do filme fascina. Nos dá uma sede de entender melhor aquela cultura oriental, que parece ser parte de outro planeta. Um planeta onde as mulheres são subservientes e, ao mesmo tempo, dominam através do prazer. Onde homens são parados com um simples olhar. E onde ser gueixa é, praticamente, uma religião. Uma religião de mulheres com pés pequenos e cinturas finas, gestos delicados e belíssimas danças, elegantes e ternas, serenas e revoltas como a água.




Premiações:

- Ganhou 3 Oscars, nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Figurino. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Trilha Sonora, Melhor Som e Melhor Edição de Som.

- Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora, além de ter sido indicado na categoria de Melhor Atriz - Drama (Zhang Ziyi).

- Ganhou 3 prêmios no BAFTA, nas categorias de Melhor Figurino, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Atriz (Zhang Ziyi), Melhor Desenho de Produção e Melhor Maquiagem.

- Recebeu uma indicação ao MTV Movie Awards de Melhor Performance Sexy (Zhang Ziyi).