O seu jornal virtual de cultura

Um jornal virtual dedicado aos jovens. Falarei sobre cinema, meu foco principal, e sobre assuntos culturais que agradem aos interessados. Criamos esse blog para escrever e aperfeiçoar minha futura profissão, e, principalmente, para interagir com as pessoas do meio jornalístico e todos que tenham gosto por cultura e cinema. Deixem seus comentários, críticas, depoimentos e participem com dicas e dúvidas. Espero que gostem do meu trabalho. Wânyffer Monteiro

quinta-feira, julho 19, 2007

Harry Potter e a Ordem da Fênix

Título Original: Harry Potter and the Order of the Phoenix

Gênero: Aventura

Tempo de Duração: 138 minutos

Direção: David Yates

Roteiro: Michael
Goldenberg, baseado em livro de J.K. Rowling

Fotografia: Slawomir Idziak

Direção de Arte: Alastair Bullock, Gary Tomkins, Andrew Ackland-Snow e Mark Bartholomew

por Wânyffer Monteiro

Harry [Daniel Radcliffe] retorna a Hogwarts e descobre que muitos não acreditam que seu inimigo, lorde Voldemort [Ralph Fiennes], retornou, mesmo após o último encontro do bruxinho com o temido lorde. Piorando sua situação, o ministro da magia retira Alvo Dumbledore [Michael Gambon] da direção da escola, colocando Dolores Umbridge [Imelda Staunton] no cargo. Em decorrência destes acontecimentos, o nível do ensino de defesa contra as artes das trevas, ministrado de forma péssima por Dolores, cai, levando os alunos a elegerem um novo professor: Harry Potter. Auto-intitulando-se de “Armada de Dumbledore”, o grupo de estudos clandestino terá de aprender as magias por contra própria. Assim decorrem os acontecimentos

do 5º e mais sombrio capítulo da série.

Os momentos mágicos e infantis de Harry parecem ter ficado no passado, dando espaço há um mundo mais sombrio e negro. É só lembrarmos do encantamento causado nos primeiros episódios pelas descobertas da magia e como nos divertíamos com os torneios de quadribol e com os bruxos atravessando a plataforma 9 ½. É notável a diferença e o amadurecimento dos jovens personagens da série. Potter que antes era sufocado pelos Dursley, agora sabe que o preço da liberdade pode ser sua própria vida. A criança Harry se foi, deixando aparecer um jovem amargurado e pressionado pelo fato da vida de tantos estar em suas mãos.

David Yates é o quarto cineasta a contribuir com a série e fez um bom trabalho. Yates, com mais experiência em tv que no cinema, conferiu à Ordem da Fênix um tom político que lhe é singular, afinal Potter e seus amigos mostram-se contra imposições ditatoriais do ministério da magia. David mantêm o humor negro característico desde o longa original e acerta na adaptação do livro para às telonas. O quinto livro da série faz o filme parecer um “caçador de níqueis” armado por Rowling para nos preparar para as verdadeiras aventuras de Potter.

O filme em questão impressiona pela melhor direção de arte da série, brilhantemente executada por Alastair Bullock, Gary Tomkins, Andrew Ackland-Snow e Mark Bartholomew, que mostra imagens externas esplendidas, assim como a enganosamente acolhedora sala rosa de Dolores Umbridge, passando pelo ministério da magia e por imagens como a de várias vidraças quebrando-se e os fogos de artifício dos irmãos Weasley dando um tom de espetáculo à película. Apesar disso, a direção falha em alguns aspectos. O gigante Grope, irmão de Hagrid , por exemplo, não é tão realista e convincente quanto o troll do primeiro longa. O filme erra ainda em um dos fatos mais importantes de seu roteiro. A morte de um certo personagem, que deveria ser o ponto alto da trama, não consegue ter o mesmo peso emocional que no livro, quebrando o ápice do filme.

Os focos principais da história são dois personagens: Dolores Umbridge e Harry Potter. A pressão exercida sobre Harry pelos últimos acontecimentos e a “doce crueldade” de Dolores, excelentemente interpretada por Imelda Staunton, que conferiu à personagem um ar de falsidade muito peculiar, enriquecem a trama. E se Michael Gambon, Allan Rickman e Maggie Smith, um elenco de primeira, mal participam da película, Radcliffe e Imelda fazem sua parte. Staunton transformou Umbridge no mesmo ser despresível e irritante do livro sendo um grande trunfo do filme. O diretor também não abre mão de demonstrar a amizade entre os três bruxinhos protagonistas da série: Harry, Rony [Rupert Grint] e Hermione [Emma Watson] que é um dos grandes segredos do sucesso da história escrita por Rowling, assim como o carinho demonstrado entre Sirius [Gary oldman] e seu sobrinho, além de, neste capítulo, expor a paixão de Harry por Cho Chang [Katie Lang]. Os flashbacks proporcionados por Yates são de extrema importância. Ao penetrar na mente de Snape [Alan Rickman], Harry vê a adolescência de seu pai, Tiago, e dá ao filme um detalhe brilhante ao mostrar um pouco da verdadeira história de Snape e quebrar sua áurea de inatingível e frio. Yates dá à Ordem da Fênix uma riqueza de detalhes nas personalidades de cada personagem que, com certeza, agradará aos fãs que poderão ficar decepcionados com a falta do jogo de quadribol e com as breves aparições de Tonks.

Harry Potter e a Ordem da Fênix é, em seu todo, um bom filme, embora pareça ser apenas um aquecimento para as últimas aventuras dos bruxinhos de Hogwarts que, todos esperamos, serão bem melhores que as que lhe conferiram tamanho sucesso.

domingo, julho 01, 2007

Amor sem fronteiras

Título Original: Beyond Borders

Gênero: Romance

Tempo de Duração: 127 minutos

Ano de Lançamento (EUA): 2003

Direção: Martin Campbell

Roteiro: Caspian Tredwell-Owen

Produção: Dan Halsted e Loyd Phillips

Música: James Horner

Fotografia: Phil Meheux



Cine-repórter: Wânyffer Monteiro



Sarah Jordan (Angelina Jolie) é uma socialite que nunca tinha enxergado além do que seu círculo social até certa noite. Em uma festa beneficente ela encontra o médico Nick Callahan (Clive Owen) que invade o recinto com protestos pela hipocrisia do organizador da festa, pai de Sarah, que havia cancelado a verba destinada a ajudar o povo faminto da Etiópia. Sarah Jordan fica tocada com as palavras do médico e decide, a partir de então, doar alimentos e leva-los pessoalmente até o campo chefiado pelo doutor Callahan na Etiópia. Lá ela se depara com uma realidade antes inexistente para ela. Pessoas transformadas em cadáveres vivos morrendo de fome e sem alimento ou medicamentos suficientes, sofrimento, dor e uma realidade cruel. Neste contexto nos deparamos, inclusive, com uma cena onde um urubu esperava pela morte de um bebê esquelético (retratando a fotografia premiada como a melhor do ano de 1993, tirada no Sudão por Kevin Carter).

O diretor Martin Campbell demonstrou muita coragem ao levar para as telas da sétima arte uma tragédia social tão arrebatadora e chocante. Com detalhes expressivos e incrivelmente reais não se pode tirar os pontos dos produtores pela tentativa de trazer o expectador para a miséria dos países africanos. Entretanto, como acabei de dizer, foi apenas uma tentativa. Infelizmente esse não é o foco principal da película, mas, sim, o romance entre Sarah e Nick que, do modo como é mostrado, foge de toda a base humanitária do filme.

O doutor Callahan não é logo de cara um personagem que se pode chamar de cativante. Frio e ignorante, suas atitudes não conseguem despertar afeto do expectador e sua freqüente e irritante auto-piedade não o ajudam nesse quesito. Afinal, quem poderia sentir piedade de um homem que provocou a morte de uma criança e pouco depois admite sua culpa em um processo frustrado na busca por compaixão. Sarah, por sua vez, é mais digna de nossa atenção. Rica e com o casamento no fundo do abismo ela encontra um meio de dar um sentido à sua vida ajudando os africanos pobres ao lado de Nick. No início ela mostra-se imatura e despreparada para tal tarefa, mas cresce no decorrer do filme encontrando seu propósito. Entretanto, como seu amante, ela se perde na busca por um romance efêmero perdendo consigo, ao longo do caminho, a finalidade do próprio filme.

Amor sem fronteiras tinha tudo para fazer a diferença na indústria cinematográfica abordando um assunto tão esquecido e tão importante como a realidade do continente africano. Apesar do que foi citado, este filme vale a pena ser visto, pois, mesmo que por pouco tempo, ele choca com os detalhes mostrados e provoca reflexão aos mais sensíveis. Durante as filmagens, Angelina Jolie adotou uma criança cambojana e uma africana e tornou-se Embaixadora da Boa Vontade da ONU. Infelizmente essa lição, tão bem aprendida nos sets de gravação, não foi passada com a merecida eficácia para a telona.



Elenco:

Angelina Jolie (Sarah Jordan) Clive Owen (Nick Callahan) Teri Polo (Charlotte Jordan) Linus Roache (Henry Bauford) Noah Emmerich (Elliot Hauser) Yorick van Wageningen (Steiger) Timothy West (Lawrence Bauford) Kate Trotter (Sra. Bauford) Jonathan Higgins (Philip) John Gausden (Jimmy Bauford) Isabelle Horler (Anna Bauford) Iain Lee (Mestre de cerimônias) John Bourgeois (Rolly)