O seu jornal virtual de cultura

Um jornal virtual dedicado aos jovens. Falarei sobre cinema, meu foco principal, e sobre assuntos culturais que agradem aos interessados. Criamos esse blog para escrever e aperfeiçoar minha futura profissão, e, principalmente, para interagir com as pessoas do meio jornalístico e todos que tenham gosto por cultura e cinema. Deixem seus comentários, críticas, depoimentos e participem com dicas e dúvidas. Espero que gostem do meu trabalho. Wânyffer Monteiro

domingo, outubro 22, 2006

A dona da história.





Título original: A dona da hitória

Gênero: comédia romântica

Tempo de duração: 90 min

Ano de lançamento: 2004

Direção: Daniel Filho



Cine-repórter: Aline Farias



Sinopse: Carolina, aos 50 anos de idade, tem a oportunidade única de se encontrar com ela própria, mas aos 18 anos. A partir de então, ela visualiza os diversos caminhos que sua vida poderia ter tomado, caso ela tivesse feito escolhas diferentes em sua juventude.



O filme é uma adaptação da peça A dona da história de João Falcão. O tema que faz a história se desenrolar já é, por si só, ousado e criativo: a crise da maturidade.

Carolina, interpretada por Marieta Severo em sua fase mais velha, passa por um momento de grande crise pessoal; sente vontade de voltar ao passado e mudar suas escolhas, construir uma nova história para sua vida. A protagonista é atordoada pelo amargor de seus sonhos não realizados e imagina que, talvez, tudo pudesse ser diferente e melhor; seu casamento está rotineiro e tudo a sua volta parece se opor aos desejos empolgantes e maravilhosos de sua mocidade.

Casada com seu primeiro amor, Luiz Cláudio (interpretado por Antônio Fagundes, na maturidade e Rodrigo Santoro,quando jovem), Carolina imagina uma série de possibilidades que poderiam tê-la feito uma mulher mais realizada. Enquanto seu marido tenta vender o apartamento e fazer uma viagem para Cuba, realizando um sonho antigo dele, ela entra em contato consigo mesma, nos seus 18 anos de idade (interpretada por Débora Falabella), no auge de sua emocionante e romântica juventude.

A jovem aparece como uma maneira de a protagonista repensar sua trajetória. Ela se pergunta aquilo que todos gostariam de saber: “Será que fiz a escolha certa?”, “Será que tudo poderia ser melhor?!”.

Carolina pensa em separar-se do marido, em destruir a linearidade de sua história a partir daquele instante. Ela quer simplesmente voltar a ser feliz como em sua juventude. Mas será que uma transformação valeria a pena?! É para responder essa questão que a sua versão mais nova surge na história.

Os episódios são construídos com os encontros das personagens em meados da década de 70 e nos dias contemporâneos. A jovem sonhadora, romântica e desmedidamente apaixonada age por impulso, faz tudo àquilo que seu coração indica como melhor, sem medir qualquer futura conseqüência. Quando mais madura, Carolina imagina ter sido inconseqüente e quer, de alguma forma, compensar isso.

As cenas se passam construindo o que aconteceria no futuro caso uma decisão diferente fosse tomada. Cada pequena mudança no passado altera completamente o destino que terá a personagem. Ela decide por situações como: dedicar-se ao sonho de ser atriz e não viver seu namoro com Luís Cláudio, namorar outro rapaz e assim por diante. Toda decisão, refletida em uma imensa transformação, faz Carolina decidir o que fazer de sua vida naquele instante.

O tema abordado no filme lembra a música Epitáfio (canção interpretado pelos Titãs com composição de Sérgio Britto), como diz o trecho: “Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer. Devia ter arriscado mais e até errado mais, ter feito o que eu queria fazer...”. A questão está sempre em torno disso: “devia ter...”.

Por falar em música, a trilha sonora de A dona da história, apesar de muito bem selecionada, tem pouca influencia na dramatização das cenas. Em contrapartida, a década de 70 é muito bem relembrada nos episódios em que se revive a juventude de Carolina.

Vale ressaltar que o amor do casal protagonista na juventude é realmente lindo e empolgante. As cenas são muito bem equilibradas entre o romance e a comédia. O próprio drama pessoal da vida da protagonista é convertido em um humor bastante envolvente, daqueles que fazem os apreciadores da comédia romântica manter um sorriso praticamente constante.

Uma frase que marca o pensamento de Carolina é "não é surpreendente o amor de sua vida aparecer justamente em sua vida?". É exatamente nesse ponto que se desenvolve a moral do filme. O que vale mais a pena? Se lançar sem medo sobre as regalias de tão grande e surpreendente coincidência que é encontrar e ter a oportunidade de viver plenamente uma verdadeira história de amor ou aproveitar intensamente tudo aquilo que a vida pode oferecer como experiência e recompensa de anos muito bem vividos? O filme mostra uma possível resposta para essa questão.


Elenco:
Marieta Severo: Carolina
Débora Falabella: Carolina - jovem
Antônio Fagundes: Luiz Cláudio
Rodrigo Santoro: Luiz Cláudio - jovem
Fernanda Lima: Maria Helena - jovem
Marcos Oliveira: Nicolau
Rodrigo Penna: Nicolau - jovem
José Carlos Pieri: Teles
Antônio Fragoso: marido
Ana Furtado: esposa
Giulia Gam: mãe de Carolina
Renata Sorrah
Jô Soares
Gabriel Braga Nunes
Daniel de Oliveira
Bianca Byington
Dedina Bernadelli
Charles Pavarenti

segunda-feira, outubro 09, 2006

Separados pelo casamento

Título original: The Break-Up

Gênero: Comédia Romântica


Duração: 105 minutos


Direção: Peyton Reed


Roteiro: Jeremy Garelick e Jay Lavender, baseado em estória de Vince Vaughn, Jeremy Garelick e Jay Lavender

Cine-repórter convidada: Larissa Dantas



Uma história que começa pelo fim. “Separados pelo casamento” é uma comédia romântica inovadora. Brooke e Gary formam um típico casal que está passando por uma fase pouco abordada nos filmes “hollywodianos”: a desconstrução de uma relação outrora sólida e amorosa. “Separados pelo casamento” é uma comédia romântica inovadora. Brooke e Gary formam um típico casal que está passando por uma fase pouco abordada nos filmes “hollywodianos”: a desconstrução de uma relação outrora sólida e amorosa.

O filme começa em um jogo de beisebol, onde Brooke e Gary se conhecem de maneira inusitada. Durante os créditos iniciais são mostrad irrisórios que levam ao fim um relacionamento que já durava dois anos. O diálogo aplicado é muito bem construído e faz o espectador compreender o universo do casas belas fotografias que representam os momentos importantes para a dupla. Salta-se no tempo e chega-se ao presente, onde o casal divide um belo apartamento na cidade de Chicago.

Após um jantar cheio de surpresas onde as famílias de Gary e Brooke tem a oportunidade de se conhecer melhor, surge uma animada discussão entre o casal, por motivosal, e escolher de que lado ficar.

Surge entre os dois uma dúvida: quem sairá do apartamento?Nenhum dos dois resolve abrir mão, e enquanto um não desiste, os dois continuam morando juntos em completa desarmonia. Assim, inicia-se uma divertida disputa pela conquista do apartamento, na qual um começa a infernizar a vida do outro usando diversas vezes truques baixos baseados nos conselhos de seus amigos.

No desfecho do filme, o que acontece com o casal é surpreendente, fugindo a regra do “viveram felizes para sempre”.

Um texto muito bem escrito e brilhantemente interpretado por Vince Vaughn(Gary) e Jennifer Aniston(Brooke).Os atores conseguem criar uma boa química tanto para as brigas como para os momentos iniciais de paixão.A trilha sonora, que inclui uma música de autoria brasileira, passa quase despercebida e não influi muito na trama.

Com um humor leve e reflexivo, o filme nos faz entender o quão complexo pode se tornar uma relação a dois. No desfecho, fica a lição: somente amor e respeito podem formar uma base sólida em um bom casamento.



Elenco: Jennifer Aniston (Brooke) Vince Vaughn (Gary) Joey Lauren Adams (Addie)
Shelby Bakken (Taylor) Vicente D'Onofrio (Dennis) Jon Favreau (Johnny O) George Glynn (Casey) Mary-Pat Green (Mischa) Cole Hauser (Lupus) Judy Davis (Merilyn Dean) John Michael Higgins (Richard) James Kim (Morgan) Justin Long (Christopher) Brad Nelson (Greg) Keir O'Donnell (Paul) Rebecca Spence (Jen) Geoff Stults (Mike) Tiffany L. Addison (Garçonete) Ann-Margret

segunda-feira, outubro 02, 2006

Sociedade dos poetas mortos

Título Original: Dead Poets Society

Gênero: Drama

Tempo de Duração: 129 minutos

Direção: Peter Weir

Roteiro: Tom Schulman

Cine-repórter convidada: Renata Lima


Excelência, disciplina, tradição e honra. Estas são as palavras e princípios que regem a escola e as vidas dos alunos de Wellton. O filme, A sociedade dos poetas mortos, ao contrario de que várias pessoas acham, antes e depois de assistirem a ele não se trata somente de um drama vivido pelas personagens, mas sim, de uma pequena lição de princípios e moral.

A história se passa em uma escola de grande renome, com alunos aplicados e de total devoção às regras impostas pela instituição e por seus pais. Focado em sete garotos, todos com suas peculiaridades e carateres diferentes, o filme tende a mostrar, particularmente, as experiências por eles vividas com a chegada de um novo professor da língua inglesa, Sr. John Keating, interpretado por Robin Williams. Esse, por sua vez, não usa de meios ortodoxicos e nem tradicionais para administrar suas aulas, deixando tanto os diretores como os alunos no mínimo intrigados com o seu método de ensino.

O grupo de alunos composto por Neil Perry (Robert Sean Leonard), Todd Anderson (Ethan Hawke), Knox Overstreet (Josh Charles), Charles Dalton (Gale Hansen), Richard Cameron (Dylan Kussman)Steven Meeks (Allelon Ruggiero), Gerald Pittis (James Waterston), acha em seu professor, John Keating, não só um mestre, mas um homem em quem se espelhar. Cheio de amor e conhecimento pelas poesias inglesas, o professor Keating passa para os alunos não só o porquê de se estudar a poesia, mas também o desejo, a vontade de desfrutar de cada palavra proferida pelos grandes poetas. Ele fala sobre os sonhos e os legados deixados por esses e, até, por ex-alunos que freqüentavam o colégio.

Como primeiro tema, o professor escolhe as palavras em latim “Carpe Diem”, ou seja, aproveitem o dia. Levados por toda nostalgia e sagacidade esbanjada pelo professor, os alunos aprofundam-se no conhecimento poético e de suas próprias dificuldades. Três historias em particular são as mais focadas: a de Todd, a de Knox e de Neil, mostrando diferentes tipos de problemas e combates. Todd

Anderson, um novato no colégio, tem como referência seu irmão. Esse ao sair do colégio já formado, levou consigo honras e reconhecimento de melhor aluno. Ofuscado na sombra de seu irmão, o jovem Todd mostra-se um rapaz tímido e inseguro de seu próprio caráter. Knox Overstreet se apaixona pela garota proibida, e, com a poesia, faz de tudo para conquistá-la. Neil Perry. Frustrado em suas ações pelo seu pai, um homem rigoroso que não aceita reclamações e obriga o filho a realizar seus desejos, porém o sonho de Neil é tornar-se ator, desejo totalmente reprovado pelo pai.

A participação do professor Keating na vida desses garotos é essencial, pois, de maneiras diferentes, ele ajuda cada um a superar seus medos. O interesse dos rapazes cresce e esses pesquisam a vida do inusitado professor, acabando por descobrir que ele fazia parte de uma sociedade: A sociedade dos poetas mortos. Essa foi criada para que rapazes lessem e desfrutassem da pureza das poesias. Encorajados pelo professor, os alunos revitalizam a sociedade.

Porém, uma tragédia acontece e, com isso, o colégio e os pais dos garotos passam a rejeitar os métodos do professor novato. Enfim, o filme não é só um bom divertimento, ele é uma aprimoração cultural seja em poesias ou em caráter pessoal. As intertextualidades e os diálogos travados, as ações de todas as personagens, exteriorizam o filme do seu papel de entretenimento, ele passa a ser uma fonte de inspiração e de garra para aqueles que precisam de ajuda, ou de uma luz. Diferentes conclusões para cada história nos mostram como sermos fracos ou fortes em nossas ações diárias. Os poemas que fluem da boca da personagem de Robin Williams e das outras personagens nos leva a crer que o filme transcende a ficção.

* Elenco:
Robin Williams (John Keating) Robert Sean Leonard (Neil Perry) Ethan Hawke (Todd Anderson) Josh Charles (Knox Overstreet) Gale Hansen (Charles Dalton) Dylan Kussman (Richard Cameron) Allelon Ruggiero (Steven Meeks) Kurtwood Smith (Sr. Perry) James Waterston (Gerald Pitts) Norman Lloyd (Sr. Nolan) Carla Belver (Sra. Perry) Leon Pownall (McAllister) George Martin (Dr. Hager) Joe Aufiery (Professor de Química) Lara Flynn Boyle (Ginny Danburry)

* Premiações
- Ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original, além de ter recebido outras 3 indicações, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator (Robin Williams).
- Recebeu 4 indicações ao Globo de Ouro, nas seguintes categorias: Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor, Melhor Ator - Drama (Robin Williams) e Melhor Roteiro.
- Ganhou o César de Melhor Filme Estrangeiro.

* Dica de filme: O filme As torres gêmeas, com Nicholas Cage, foi lançado sexta-feira, dia 29 de outubro, e conta a hostórias dos atentados terroristas acontecidos dia 11 de setembro de 2006 contra o World Trade Center em Nova York.
Dica de filme:


Já está nos cinemas. Vale a pena conferir!