Piratas do Caribe - No fim do mundo
Título Original: Pirates of the Caribbe an: At World's End
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 168 minutos
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Ted Elliott e Terry Rossio
Produção: Jerry Bruckheimer
Música: Hans Zimmer
Fotografia: Dariusz Wolski
Figurino: Liz Dann e Penny Rose
Efeitos Especiais: Industrial Light & Magic / Proof / The Orphanage
Cine-repórter: Wânyffer Monteiro
Desde o vergonhoso “A ilha da garganta cortada” (1995), que quase afundou a Warner e a carreira de Geena Davis, pensou-se que nunca mais alguém teria a audácia para fazer filmes de pirata. Ainda bem que Gore Verbinski gosta de desafios e encarou essa empreitada. Inspirado em um brinquedo da Disneyworld, Piratas do Caribe ultrapassa as fantasias infantis e impressiona qualquer entusiasta. Contrariando as dúvidas da crítica e as maldições sobre filmes de piratas, Piratas do Caribe inovou, afinal, geralmente é a sétima arte que influencia os brinquedos temáticos e não o contrário. Empecilhos à parte, o trunfo desse longa, contra o qual nenhum brinquedo pode, se resume a uma pessoa: Johnny Depp.
No terceiro filme da trilogia, o capitão Jack Sparrow ressuscita dos mortos e junto com capitão Barbossa (Geoffrey Rush), capitão (acreditem se quiser!) Elizabeth Swann (Keira Knightely) e Capitão Will Turner (Orlando Bloom), lutam contra lorde Cuttler Beckett (Tom Hollander) que detém o comando do Flying Dutchman aliado ao almirante James Norrington (Jack Davenport) e a Davy Jones (Bill Nighy). Mas, para detê-los, nossos heróis precisam reunir os nove lordes piratas unindo-se, assim, ao capitão Sao Feng (Chow Yun-Fat). Entre omissões e traições a história se desenrola em um enredo fabuloso, pontos para Ted Elliott e Terry Rossio os roteiristas que conseguiram transformar um tem
a do parque da Disney em um genuíno e único filme de pirataria.
Por outro lado, as cenas de Piratas 3 não deixaram a desejar, sendo emocionantes e divertidas ao mesmo tempo. No terceiro filme o roteiro utilizou-se de piadas físicas (o pirata anão e sua arma potente), diálogos espirituosos (“Larry”), momentos hilários (o que dizer do reencontro de Jack e sua mãe) e, é claro, ocasiões emocionantes (como o desfecho do romance de Elisabeth e Turner).
Johnny Depp provou, mais uma vez, que transcende a profissão de ator. Ele não interpreta Jack Sparrow, ele é Jack Sparrow. Ele encarna o personagem e o vive de um
a forma única e brilhante de modo a ser impossível seu jeito afetado e bêbado não se tornar o centro das atenções, afinal quem não foi cativado por esse pirata canalha e adorável. Depp transforma as falas, já excelentemente escritas, em bordões hilários, fazendo as mais desconexas frases tomarem sentido completo. Ele tornou capitão Sparrow fascinante, é impossível imaginar a trilogia sem Jack. O mais curioso é que a idéia inicial do personagem era de um pirata convencional, do tipo olho de vidro e perna de pau, mas Johnny estudou o papel e chegou à feliz conclusão de que os piratas não eram sóbrios ou necessariamente cruéis, mas se aproximavam mais dos astros de rock, inspirando-se, dessa forma, no guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards, que, a propósito, ganhou o papel de pai de Sparrow no desfecho da série. Destaque para a cena em que Jack diz: “Você viu de tudo, fez de tudo e sobreviveu”, que mais parece uma frase de Johnny para o seu ídolo.
Quando todos pensavam que o terceiro filme de uma trilogia não poderia se superar, eis que surge Piratas do Caribe – No fim do mundo, e mostra, como o próprio Johnny Depp já havia afirmado anteriormente, que “Nada do que eles façam me surpreende agora”. Verbinski e o diretor de fotografia Dariusz Wolski criam planos de perspectiva e beleza inimagináveis, com a rotação da câmera na virada de um navio de cabeça para baixo, a linda imagem das estrelas refletidas na água criando a ilusão de uma embarcação flutuando no espaço, a majestosa cena dos dois navios principais em guerra em meio a um redemoinho e se Verbinski pecou na c
ena em que em meio a um frio congelante Will e Gibbs aparecem com a camisa aberta e o segundo com as mangas levantadas, o cineasta se redime na cena em que, em câmera lenta, lorde Beckett percorre seu navio entre pedaços destroçados e sendo consumido pelo fogo. Aliadas ao talento do elenco, as cenas de aventura deixam o mais incrédulo dos expectadores de queixo caído. As cenas em alto-mar, tempestades, homens decepados, moluscos falantes, lutas de espada, órgãos à mostra, maquiagem, figurino e, com certeza, as pitadas de criatividade e improviso dos atores, não deixam a desejar. O que dizer da esplêndida cena do casamento de Turner e Swann que além de inesperadamente bem colocada dá um toque de amor em meio à eletrizante batalha. Com um design de produção impressionante, o terceiro filme paralisa com seus espetaculares cenários desde a fria Cingapura até a grandiosa Cidade dos Náufragos, passando por paisagens magníficas como a en
orme cachoeira e o pôr-do-sol. Além de todos os fatores já citados não se pode esquecer a cena final que faz uma rima impecavelmente perfeita com o contexto de Jack Sparrow no primeiro filme.
Uma curiosidade, um executivo da Disney foi visitar o set de filmagens e ficou enraivecido com o que viu. Disse que Johnny Depp estava estragando o filme interpretando aquele pirata vagabundo e desengonçado. Gore Verbinski não cedeu aos seus brados. Sorte nossa.Elenco:
Johnny Depp (Capitão Jack Sparrow) Orlando Bloom (Wil Turner) Keira Knightley (Elizabeth Swann) Geoffrey Rush (Capitão Barbossa) Johnantan Pryce (Governador Weatherby Swann) Bill Nighy (Davy Jones) Chow Yun-Fat (Capitão Sao Feng) Tom Hollander (Lorde Cuttler Beckett) Stellan Skarsgard (Bill Turner) Kevin McNally (Joshamee Gibbs) Jack Davenport (Almirante James Norrington) Mackenzie Crook (Ragetti) Lee Arenberg (Pintel) Martin Klebba (Marty) Greg Ellis (Tenente Groves) Reggie Lee (Tai Huang) David Bailie (Cotton) Naomie Harris (Tia Dalma) Sergio Calderón (Capitão Villanueva) Keith Richards (Pai de Jack Sparrow)






